Os alunos do 5ºano estudaram sobre como a cana-de-açúcar vira açúcar nos engenhos. Nas aulas de informática, pesquisamos sobre esse processo nas usinas atuais. Com todas as informações recolhidas elaboramos um “esqueleto” do texto, comparando as formas de produção de açúcar. Finalmente, chegamos ao nosso texto coletivo entitulado: “Produção de açúcar no passado e no presente.”
PRODUÇÃO DO AÇÚCAR NO PASSADO E NO PRESENTE
Em 1530, iniciou no Brasil a produção de açúcar, nos engenhos, trazendo grandes benefícios à economia portuguesa. Esse tipo de economia passou a ser a maior fonte de renda do Brasil independente. Hoje, o Brasil é mundialmente o maior produtor de cana- de- açúcar, com mais de 480 milhões de toneladas produzidas anualmente.
A produção do açúcar passa por várias etapas desde a colheita até chegar ao mercado onde é consumida por todos nós.
Antigamente, a colheita da cana era feita manualmente pelos escravos africanos que trabalhavam nos engenhos. Nos dias de hoje, utilizam-se colheitadeiras nos locais em que o terreno é plano e permite as manobras realizadas por caminhões e máquinas. Onde o terreno é irregular a colheita é feita manualmente por trabalhadores conhecidos como boias frias. Em Pernambuco e em algumas regiões brasileiras, esse trabalho ainda é realizado por crianças que precisam auxiliar a família na renda mensal, muitas delas deixam de frequentar as escolas.
O transporte da cana nos engenhos era feito com auxílio de carros de bois. Hoje em dia, é transportado por grandes caminhões até as usinas de beneficiamento.
Nos engenhos a moagem é a primeira etapa, que consiste em moer a cana extraindo o caldo. Esse processo era muito perigoso, pois as escravas que trabalhavam nas moendas podiam perder a mão ou a vida se não fossem cuidadosas, fato que acontecia com grande frequência devido ao cansaço de tantas horas seguidas de trabalho, em média de dezoito a vinte horas por dia. Já nas usinas as moendas são elétricas ou movidas a vapor, sendo menos perigosas, pois não precisam fazer o trabalho manualmente, todo ele é realizado por maquinários.
Na segunda etapa que é o cozimento, as escravas levavam o caldo da cana até grandes tachos de cobres, mexidos por escravos que geralmente estavam doentes, ou por outros como forma de castigo, por causa do calor das fornalhas. Os doentes porque eles acreditavam que o calor dos fornos iria curá-los. Nas grandes usinas, como a produção é em maior escala usam-se as domas, panelas gigantes e aquecidas por eletricidade e não há a necessidade de pessoas mexendo.
Na terceira etapa que é a purga, ou seja, a purificação e secagem do açúcar, o caldo era despejado em formas de argila com orifício em baixo por onde era feita a drenagem do açúcar. Para isso as formas eram armazenadas, de quatro a seis semanas em enormes galpões. Lá ficavam encaixadas em cavaletes com furos chamados de andainas, até a completa purificação e solidificação do melado. Passado o tempo estabelecido, as formas eram viradas, manualmente pelas escravas, e extraído delas os “pães de açúcar” aspecto que o produto tomava depois de desenformado. Em seguida separava-se em primeiro lugar a parte do meio extraindo dela o açúcar mascavo, de qualidade inferior. Do fundo do pão, tiravam o “cabucho”, que voltava ao tacho para nova purificação ou ia produzir “água ardente”. Da porção de cima – a “cara da forma” – saía a melhor parte do açúcar branco. O açúcar branco era quebrado e macetado muitas vezes até ficar quase moído.
Logo depois da purificação vinha à secagem, feita ao ar livre, em dia de sol. O produto era estendido em grandes “toldos” – uma espécie de pano grosso. Dentro do toldo ela era antes amontoada por escravos, que seguravam as pontas do pano, e depois, estendido no chão para ser virada com rodos até a secagem completa.
Agora, nas usinas, a secagem é realizada em enormes centrífugas onde se separam os cristais de açúcar do melaço. O melaço é enviado para a fabricação de álcool, enquanto o açúcar é destinado ao secador para a retirada da umidade contida nos cristais. Após a secagem, o açúcar é levado ao silo para ser ensacado e estocado.
Após a secagem, o açúcar era embalado em caixas de madeira, forradas com folhas de bananeira e argila, para não perder o açúcar que era bem macetado. Na atualidade, usa-se sacas de algodão.
Quanto ao transporte do açúcar, nos engenho, era feito em carros com três ou quatro juntas de boi, dependendo das condições dos caminhos, ou pelos rios em barcas até chegar aos portos e seguia para Portugal de navio. Cumpria assim, a observação do padre Fernão Cardim ao visitar, um dia, um engenho de açúcar: “Bem cheios de pecados vai esse doce […]”. Hoje, sua distribuição é realizada por vários meios de transportes, os mais utilizados são os caminhões e trens, quando é exportado segue de navio.
Alunos do 5º ano: Enzo Lecheta Kavales, Giulia de Melo Leoz, Gustavo Romeo Pimentel,Humberto Augusto M. Martins, João Lucas de Paula Gonçalves, Karina Y. Nichioka, Laura de Lelis Oliveira, Letícia Moser Zanlorenci, Luiza Pereira Nascente, Maria Eduarda Da Silva Costa, Matheus Oechsler Hoffmann, Pietra Rebello Silvestri.
Professora Cíndi S. Brand.
Fontes: O trabalho nos engenhos. Etelvina Trindade. São Paulo: Atual. 1996. E outras pesquisas realizadas pelos alunos como: Fabricação do açúcar. Rogério H. Sakai e André R. Alcarde.