“… a cultura escolar adquire a função de refazer e renomear o mundo e de ensinar os alunos a interpretar os significados mutáveis com que os indivíduos de diferentes culturas e tempos históricos dotam a realidade de sentido. Ao mesmo tempo lhes abre as portas para compreender suas concepções e as de quem os rodeiam”.
(Fernando Hernández)
Se até poucos anos atrás, a escola era a principal fonte de conhecimento numa sociedade, hoje a informação está disponível em muitos lugares: nas revistas, nos jornais, no rádio, na televisão, na internet. Na era da informação e da comunicação digital, pensar em Educação é compreender que o mundo é composto por infinitas possibilidades de interação, de aprendizado e de construção de identidade. Elas extrapolam o ambiente da escola, nas diferentes áreas do conhecimento, nas relações sociais ou de trabalho, na pluralidade cultural, na construção social de cada sujeito.
O Currículo da Escola Trilhas privilegia a educação pela indagação, pela ressignificação e pela compreensão por meio da interação. Os conteúdos são trabalhados dentro de uma grade curricular maleável e dinâmica que permite estabelecer relações entre as disciplinas e valorizar o que o(a) aluno(a) já sabe e conhece.
O conhecimento não é tratado separadamente, em blocos, mas sim por meio de uma metodologia pautada na integração, na prática transdisciplinar, no trabalho com projetos, pesquisas, nas sequências didáticas e atividades permanentes. Da Educação Infantil ao nono ano do Ensino Fundamental II, ensinar e aprender são processos em constante movimento.
As professoras e professores adotam diversas estratégias para instigar a curiosidade e provocar a reflexão, o questionamento e a imaginação dos(as) alunos(as). O trabalho privilegia o diálogo, turnos de fala e escuta, o trabalho em equipes, a pesquisa, a provocação por meio perguntas e atividades disparadoras e contextualizadas, que façam sentido para os(as) estudantes. Uma boa pergunta, uma música, um vídeo, uma atividade de observação do espaço, uma boa história, uma roda de conversa, uma situação-problema são estratégias didáticas que dão início a projetos e sequências de atividades.
Falar, produzir um mapa mental, desenhar, apresentar oralmente o que aprendeu, produzir um cartaz ou um jogo no computador, escrever um texto são propostas que contribuem para a aprendizagem dos(as) estudantes e o desenvolvimento de habilidades importantíssimas e fundamentais para a vida em sociedade.
Entendemos que a avaliação deve ter dois focos permanentes: o processo de ensino, conduzido pelo(a) professor(a), e o percurso de aprendizagem do(a) aluno(a). Avaliar pressupõe uma postura reflexiva, inclusiva e investigativa por parte dos(as) professores(as), pois cada aluno(a) possui um “estilo cognitivo” diferenciado e deve ser acompanhado nas suas particularidades, assegurando espaço para que desenvolva suas necessidades e habilidades individuais.
Para potencializar a aprendizagem de cada estudante, os(as) professores(as) adotam procedimentos informais e formais de avaliação, fazem observações e criam diferentes oportunidades para que os(as) alunos(as) possam manifestar aquilo que aprenderam. Assim, professores(as) e estudantes podem redirecionar e aprofundar seus percursos de ensino aprendizagem.
…no dicionário haverá diferenças do que se fala, se diz ou se pensa.
E esse sotaque presente na voz é o que desata todos nós…
Milton Karam e alunos(as) da turma Nós da Língua – 2009.
Concebido em 2001 para ser um gerador de situações de ensino, nas diversas áreas do conhecimento, o projeto Trilhas Sonoras trabalha, a cada ano, um tema articulador de um grande processo pedagógico que perpassa a proposta curricular da escola e culmina com a apresentação das músicas das turmas no final do ano.
“A partir da exploração deste eixo temático, cada professor(a) apresenta algumas possibilidades de nomes para sua turma. É neste momento que os(as) alunos(as) fazem suas escolhas, por meio de votação. Uma vez decidido o nome, eles pesquisam sobre o assunto, as famílias também contribuem mandando materiais, imagens, vídeos, filmes e textos…”, explica Maria Inês W. Galvão, diretora pedagógica da Trilhas.
Pesquisas se transformam em canções
Esse processo gera uma grande discussão entre as crianças e também muita produção de material. Aí então chega o momento de os(as) professores(as), junto com as turmas, sistematizarem esse conhecimento: registram, fazem textos coletivos e organizam os conhecimentos apreendidos. Este material é entregue aos compositores, que se inspiram nos textos e informações dos(as) alunos(as) para criar novas letras de músicas.
As músicas de turma unificam o trabalho desenvolvido com alunos e alunas ao longo do ano e permite grande exploração da linguagem musical, entre as tantas outras usadas na Trilhas. Temos mais de 150 composições já produzidas pelo projeto Trilhas Sonoras. A maioria das composições é de Milton Karam, Nélio Spréa e Paulo de Nadal, mas o projeto conta também com compositores como Levi Brandão, Estrela Leminski e Téo Ruiz.
Prêmio da Música Brasileira
Em alguns anos, as gravações são feitas de maneira caseira pelos compositores parceiros do projeto.
Em outros, uma grande produção é realizada na captação das vozes e dos instrumentos em estúdio.
A Trilhas já gravou vários álbuns que foram produzidos em parceria com a Parabolé, Educação e Cultura. O álbum Mundiverso (2008) e o Brincolê, Brincolá (2014) concorreram ao Prêmio da Música Brasileira e ficaram entre os finalistas.
História do Projeto
Em 2001, durante o desenvolvimento do projeto Nome de Turma, o músico e compositor Milton Karam, então “pai da Trilhas”, presenteou a turma da sua filha Luana – do Jacaré – com uma música sobre o tema. “Meu elo com a Trilhas foi muito além do que a de um pai com a escola de sua filha. A Trilhas, como um grande ambiente inspirador que é, me motivou a escrever essa música para a turma da Luana há 16 anos. A música é quase uma brincadeira, imaginando a Turma do Jacaré e o que seria o Jacaré para as crianças. Foi assim que tudo começou”, conta Milton Karam.
As professoras, professores, alunos e alunas adoraram, logo a notícia se espalhou e outras turmas também queriam música. Diante do grande envolvimento dos(as) alunos(as) e professores(as), a partir de 2002 a Escola Trilhas passou a incorporar uma música ao nome de turma e o projeto Nome de Turma foi rebatizado e passou a se chamar Trilhas Sonoras.
Um projeto, múltiplas possibilidades para aprender
Por ser um projeto que envolve diferentes práticas de linguagem oral e escrita, engloba as áreas de natureza e sociedade, literatura, arte e aspectos da cultura geral, e considerando a amplitude dos temas escolhidos a cada ano, ele é considerado um dos mais relevantes da nossa prática pedagógica. “Compartilhar ideias, sentimentos e decisões dentro da escola permite que os(as) alunos(as) ampliem seu repertório de pensamentos e ações. São instrumentos para eles lidarem com as futuras questões que irão enfrentar no contexto social e na construção do senso de coletividade e cidadania”, conclui Maria Inês W. Galvão.
Em Mídias você pode acessar as mais de 150 canções produzidas pelo projeto Trilhas Sonoras! As composições estão nas principais plataformas de streaming de música. Para ouvir no seu aplicativo de música digital preferido, pesquise por Escola Trilhas.
É possível adquirir CDs e DVDs Trilhas Sonoras na Loja de Uniformes da escola e no site www.editoratrilhares.com.br.
A educação para o consumo consciente e a sustentabilidade do planeta são temas frequentemente trabalhados durante todo o ano em todos os níveis de ensino na Escola Trilhas.
Em outubro, no “Mês das Crianças”, auge do investimento publicitário em sugestões para consumo infantil, a escola realiza o Simpósio Mídia e Consumo e coloca em foco a reflexão sobre a ação da mídia para o consumo na Infância.
Entre os temas abordados com mais ênfase, estão as propagandas voltadas ao público infantil, alimentação, moda, televisão e tecnologia. O objetivo é lançar um olhar cuidadoso e crítico sobre a estratégia do mercado em transformar crianças ainda pequenas em consumidores vorazes.
Acreditamos que a infância pode ser vivida de maneira mais simples, feliz e sustentável! É isso que as turmas sempre mostram aos colegas da escola e aos familiares, em seus trabalhos apresentados neste evento anual da Trilhas.
Leia aqui uma matéria da Gazeta do Povo sobre este projeto!
“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.” Paulo Freire
O projeto conta com a parceria entre a escola, alunos(as), pais e mães para doação de alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza!
Há quase 20 anos, a Trilhas recebeu um pedido para ajudar a arrecadar alimentos para uma instituição de caridade. A vontade de ajudar e de ser solidário contagiou a escola e assim começou o projeto Trilha Solidária.
A contribuição é voluntária e a arrecadação é feita mensalmente, de acordo com a listagem de alimentos ou bebidas enviada pela circular. No início do mês seguinte, divulgamos na circular o volume das doações entregues pela comunidade Trilheira.
O movimento solidário conta com o engajamento dos(as) professores(as), pais, mães, responsáveis e especialmente dos(as) alunos(as), que se envolvem com o projeto, fazendo inclusive campanha nos seus prédios, entre vizinhos e parentes.
As doações são entregues para a casa ACRIDAS – Associação Cristã de Assistência Social, localizada no bairro Bacacheri. ACRIDAS é uma organização de pessoas cristãs motivada pelo amor ao próximo e sua missão é ‘‘criar condições para que crianças e adolescentes vivam em família e qualquer pessoa vulnerável viva em condições dignas’’.
A Trilhas configura-se como uma instituição laica, que não trabalha com nenhuma fé religiosa em particular, mas acolhe e respeita a diversidade religiosa de todas as pessoas que fazem parte da nossa instituição.
Para saber mais, visite o site da organização.
Agradecemos todas as doações recebidas até agora e convidamos vocês a continuarem com a gente nesta Trilha Solidária.
A Escola Trilhas sempre teve compromisso social com a comunidade.
Disponibilizou, ao longo dos 27 anos, bolsas de estudo para alunos(as) da Casa do Pai – Associação Beneficente que atende crianças em situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social. Criou também a Trilha Solidária de Formação de Professores(as) para qualificar professores(as) dos CEIS e CMEIS, com a participação voluntária de sua equipe pedagógica. Mantém o projeto Trilha Solidária de Alimentos para suprir com alimentos e materiais de limpeza a creche ACRIDAS, que atende também crianças em situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social.
Em 2021, a Escola Trilhas ampliou suas ações sociais selecionando sete estudantes oriundos da escola pública para completarem gratuitamente o ciclo do Ensino Fundamental II em nossa Escola.
A exemplo do que já ocorreu com alunos(as) bolsistas da Casa do Pai e atualmente com a Trilha Solidária de Alimentos, a colaboração solidária das famílias é essencial para a manutenção permanente dessas iniciativas.
Por isso, mais uma vez, estamos consultando as famílias que se disponibilizam em “apadrinhar ou amadrinhar” os(as) estudantes, que agora fazem parte da nossa comunidade Trilhas.
As famílias que tiverem interesse em participar dessa ação social, com a quantia que seja possível, podem enviar e-mail para bolsadeestudo@escolatrilhas.com.br.