Ensinar seu filho a cozinhar

Ensinar seu filho a cozinhar

 

Ensinar seu filho a cozinhar faz com que ele se alimente melhor

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A receita preferida de Benício, de 3 anos, como de muitas crianças, é macarrão. Mas o dele é preparado por ele mesmo e pelos pais, pelo menos uma vez por mês. A mãe, a nutricionista Alessandra Rodrigues, tem o hábito de trazê-lo para a cozinha desde que ele tinha 18 meses. A princípio, o menino ficava no cadeirão brincando com pequenas porções de alimentos, mas, por volta dos 2 anos, já começou a ajudar. “Esse envolvimento no preparo faz com que a criança fique mais estimulada a provar o prato”, acredita a nutricionista. Assim sendo, quanto mais receitas saudáveis ela tiver oportunidade de fazer, melhor irá se alimentar. Algo que Alessandra comprovou em casa e que também já foi demostrado em diversos estudos científicos.

Um dos mais recentes, publicado na revista Appetite este ano, diz que as crianças que cozinham comem mais vegetais. Para chegar a tal conclusão, os cientistas avaliaram 47 famílias com filhos entre 6 e 10 anos de idade. Elas foram convidadas a preparar uma refeição bem variada: frango empanado, salada, couve-flor e macarrão. Metade das crianças auxiliou o pai ou a mãe no preparo, montando a salada ou ajudando a empanar o frango, enquanto os demais ficaram brincando ao passo que um dos pais cozinhava sozinho. O resultado: as crianças do grupo mestre-cuca comeram 76% mais salada e 27% mais frango, assim como ingeriu 25% mais calorias em geral.

Para a chef de cozinha Thais Ventura, o contato com os alimentos também é importante para o desenvolvimento do paladar. “Meu filho ficava na cozinha comigo desde bebê. Nesses momentos, aproveitava a curiosidade dele e o deixava brincar com floretes de brócolis cozido, palitinhos de legumes, entre outros, enquanto cozinhava”, conta a mãe, que é autora do blog de alimentação infantil As Delícias do Dudu. Hoje, com 3 anos e meio, Dudu sabe o nome de todos os vegetais e gosta da maioria, afinal, todos temos nossas próprias preferências. Mas vai para a cozinha com a mãe, em geral, só uma vez por semana ou para preparar algo especial, como um biscoito ou um bolo. A chef sugere que atividade seja feita sem forçar, uma vez por semana ou sempre que a criança pedir –mais do que isso não é muito prático no dia a dia, já que a cozinha tende a sujar mais e o preparo, a levar mais tempo com os pequenos.

A maioria das crianças adora a ideia de cozinhar, especialmente com os pais. Para incentivar seu filho desde cedo, tal qual Alessandra e Thais, vale a pena deixá-lo no cadeirão brincando com algum alimento, enquanto o adulto cozinha. Outra maneira de despertar o interesse dele é pegá-lo no colo para que veja os alimentos na panela, o bolo crescendo no forno ou a pipoca estourando no início (se a tampa for de vidro, melhor!). A partir dos 2, 3 anos, ele já pode misturar a massa, colocar os temperos das carnes (deixe que retire do vaso da planta, caso você tenha uma horta em casa) e adicionar os ingredientes do bolo. Os maiores também conseguem descascar vegetais com um descascador próprio, quebrar ovos, preparar saladas e abrir massas, por exemplo. Levá-lo à feira ou ao supermercado para comprar os ingredientes da receita escolhida também é um ótimo incentivo.

Avisamos, entretanto, que é preciso ser paciente. Seu filho pode espalhar a farinha ou quebrar ovos fora da tigela, deixando a maior bagunça na cozinha. Por isso, no início, o ideal é optar por pratos menos elaborados. E no final todos vão se divertir a valer – até mesmo se o resultado não for tão lindo quanto o da foto do livro ou do aplicativo de receitas.

Segurança em primeiro lugar

Como a cozinha é um dos ambientes mais perigosos da casa para as crianças, elas não podem ficar ali sem a supervisão de um adulto. Ainda assim, elas devem ser ensinadas desde cedo a não mexer em facas. Outro cuidado é mantê-las longe do fogão e do forno. Para cozinhar com os pais, elas têm de subir sobre uma cadeira ou banco para ficar à altura  da mesa ou da bancada, por isso, certifique-se de que o acento é estável e seguro.

Fonte: Revista Crescer.

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