Não é porque você vai retomar a vida profissional que o vínculo com seu bebê precisa diminuir
O fim da licença-maternidade é um momento que causa muita ansiedade para as mães. Ter de se separar do filho por várias horas seguidas e não saber como dar continuidade ao vínculo tão especial que vem se fortalecendo desde a gravidez é motivo de grande preocupação para a maioria. “A criança se adapta facilmente a qualquer situação, mas para a mãe costuma ser mais complicado. É uma fase delicada, de muita ambiguidade. Algumas até querem muito retomar a vida profissional, mas se sentem divididas”, observa Mariana Tezini, psicóloga da Casa Moara, especializada em terapia de família.
Para o baque ser menor, não existe receita de bolo, como tudo o que diz respeito à maternidade. “É importante estar inteira com o bebê nos momentos que tiver para ficar com ele”, ressalta Mariana. Isso pode significar a mudança de alguns antigos hábitos. Por exemplo: muitas profissionais chegam em casa e continuam trabalhando pelo computador, checando e-mails até pouco antes de dormir. Com o nascimento do filho, isso terá que ser deixado de lado. Claro que não é preciso se martirizar se houver algo urgente para checar ou resolver depois do expediente. A questão é avaliar a real necessidade dessa demanda. Quando o trabalho fora do horário se torna uma rotina desnecessária, pode roubar momentos preciosos, que pai e mãe teriam para ficar com seus filhos.
Horinhas sagradas
Tente estar presente em algum momento especial da rotina da criança, como a hora do banho ou de ir para a cama. São rituais que trazem segurança para o bebê e podem proporcionar uma intensa troca de afeto entre mãe e filho: é a hora de tocar, massagear, embalar, ninar… Que tal se dedicar a esses momentos como se estivesse quase num estado meditativo, tentando esvaziar a mente de todo o resto e focando apenas no seu bebê? Não, não é fácil. Há a vida toda para administrar, as contas, o chefe, a família, a amiga com problemas. Mas, naquelas horinhas do dia que tem para ficar com seu filhote, procure fazê-lo por inteiro, consciente da importância dessa relação. Desligar celular, TV e notebook pode ajudar no processo. Não marcar reuniões no fim da tarde, para não atrasar a volta para casa, também é importante.
Lembre-se que seus colegas de trabalho sabem da sua condição de mãe recente. Não é precisa assumir o papel de vítima da situação, apenas combine um pouco mais de flexibilidade na hora de negociar prazos e horários. E, atualmente, as possibilidades profissionais não se limitam a um bom emprego com carteira assinada. “Hoje há outras alternativas, como o home-office ou o empreendedorismo materno. Em alguns casos, é possível flexibilizar a relação com o trabalho, mas isso é uma questão muito pessoal. O importante é saber que nada precisa ser definitivo”, finaliza Mariana. No fim das contas, a maternidade pode ser um bom momento para avaliar também o seu lado profissional
Fonte: Mamãe e bebê