Estudo associa o consumo de bebidas açucaradas a 184 mil mortes ao ano
Não é só refrigerante: sucos e chás industrializados também entram nessa conta. Entenda
Uma latinha de refrigerante pode conter cerca de sete colheres (sopa) de açúcar. Um copo de néctar de laranja pode ter até 2 colheres e meia. Uma caixinha de achocolatado pode conter quase três colheres. Assim, não é de espantar que esses produtos estejam associados a tantos problemas de saúde.
Uma pesquisa norte-americana relacionou o consumo das bebidas açucaradas a 184 mil mortes por ano. Os resultados do estudo, que foi conduzido por pesquisadores da Tufts University, de Massachusetts, Estados Unidos, foram publicados nessa segunda (13) no periódico Circulation.
As mortes, é claro, não são causadas diretamente pela ingestão de refrigerantes ou sucos açucarados, mas por doenças associadas ao seu consumo. Segundo os dados da pesquisa, estima-se que as bebidas sejam responsáveis por 133 mil mortes por diabetes, 45 mil por doenças cardiovasculares e 6.450 por câncer. Cerca de três quartos das mortes relacionadas à ingestão desse tipo de produto acontecem em países subdesenvolvidos, em especial na América Latina.
Felizmente, apesar de o Brasil aparecer em sétimo lugar no ranking de mortes ligadas ao consumo de bebidas açucaradas, com 82,1 mortes a cada um milhão de adultos, uma pesquisa divulgada no início deste ano aponta que o consumo de refrigerantes no país caiu 20% nos últimos seis anos.
O México lidera o ranking, com 404.5 mortes por milhão de adultos, seguido da África do Sul (153,3), Marrocos (137,8), Estados Unidos (124,9) Colômbia (112,3) e Venezuela (101,8).
Como a pesquisa foi feita
A partir de dados coletados por meio de 62 pesquisas alimentares desde 2010 sobre mortes e deficiências, englobando mais de 600 mil pessoas em 51 países, os pesquisadores calcularam os efeitos diretos das bebidas açucaradas na saúde pública, por meio de inquéritos alimentares. Por bebidas açucaradas entende-se não apenas os refrigerantes, como também sucos e néctares industrializados, bebidas energéticas, chás gelados e bebidas açucaradas caseiras.
Em entrevista ao Washington Post, um dos autores do estudo, Dairiush Mozaffarian, reitor da Tufts University’s Friedman School of Nutrition Science and Policy, declarou que “se o argumento da indústria do açúcar é de que não há correlação (com as doenças), não está correto”.
Fonte: Revista Crescer.